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RAUL SEIXAS
Entrevista

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Especial - Para Gabi Gabriela (1983)

EU TÔ ACHANDO VOCÊ NUM AFASE MUITO ALEGRE. É MESMO OUO NÃO?

- É, eu estou com uma fase alegre talvez pelo Plunct-Plact-Zumm...

O PLUNCT-PLACT-ZUMM É UMA FESTA, EU ADORO...MAS AINDA ASSIM, QUER DIZER, NÃO SÓ O PLUNCT PLACT ZUMM, NÃO SEI, EU ACHO ESSE TRABASLHO TEU, ESSE TEU ÚLTIMO DISCO(...), ELE NÃO TÁ UMA COISA TRANQUILA? COMO É QUE VOCÊ SE CLASSIFICARIA HOJE, DENTRO DA MÚSICA, DENTRO DO TEU TRABALHO, O QUE ESTÁ SE PASSANDO POR RAUL SEIXAS HOJE?

- Eu tô fazendo o que eu gosto... sim, mas é; também é e não é, não deixa de ter. Cada música encerra em si uma filosofia, um ponto de vista que é o meu modo de pensar... novo. Mas eu falei que não era o disco inteiro como eu chamava uma faixa só, entende...

RAUL, VOCÊ VEIO DA BAHIA, VOCÊ TEM TRINTA E OITO ANOS, QUER DIZER, VOCÊ É CONTEMPOÂNEO DE CAETANO, GIL. VOCÊ CHEGOU A FREQUENTAR ESSE GRUPO OU NÃO, OU ERA UMA COISA SEPARADA MESMO?

- Não... era uma coisa completamente separada. Inclusive, havia assim uma certa divergência da turma que se apresentava na Bahia no tempo do teatro Vila Velha, a turma da Bossa Nova era uma coisa assim mais intelectual, mais; pessoa de diretório... E eu fazia Rock'n Roll, que era uma coisa que era chamado de entreguista, você se lembra (risadas)

AH, E TEM......OLHANDO POR CIMA EU VI QUE TEM UM PLININHO MUITO PRESENTE NA SUA VIDA. QUEM É O "PLININHO"?

- É meu irmão... meu irmão é quatro anos mais moço do que eu, o único que eu tenho caçula.

E FOI TEU GRANDE AMIGO MESMO?

- Foi meu grande amigo, meu grande amigo mesmo... Nós tinhamos uma interação muito grande, eu escrevia esses livros pra ele. Eu escrevia muita coisa prá ele, prá tomá o salário dele que minha mãe dava, era um por mês. Eu escrevia os livros e ainda tinha que ler, porque ele não sabia ler direito. Eu lia pra ele e levava ele em viagens assim incríveis, através do universo. Ele não entendia porque o universo não tinha fim. Então eu levava ele em viagens que ele achava que tinha que terminar: se a planta nasce... morre, se o homem nasce... morre, tudo tem que ter um fim. Eu levava ele tentando inventar um fim pro universo.

E ELE FAZ O QUE HOJE?

- Ele é físico nuclear...

VOCÊ VIU ENTÃO QUE DEU CERTO A TUA AULA... (RISADAS)

- ... professor maluco.

É UMA DELÍCIA ESSE LIVRO, PORQUE TEM OS ARTISTAS MAIS PREFERIDOS (...) QUE UMA BOA NEUROSE FAZ BEM AO CINEMA...

- Eu costumo dizer, Marília, assim: que eu sou um tão bom ator, que eu finjo que sou cantor e compositor e todo mundo vai na onda, acredita...

E COMO ESTÁ ESSA PARCERIA COM SUA MULHER....

- Tá ótima.

... SABE TUDO DE VOCÊ. TOMA CONTA MESMO, É ISSO OU NÃO?

- Toma conta...

E A PARCERIA FLUI ASSIM, SAI NORMALMENTE TAMBÉM?

- (...) Eu comecei ensinando ela a compor, puxando. Eu sou o rei de fazer isso, sabe... Vô levando, devagarzinho, vô levando e... e ela agora tá mestra em compor, já me entende, a gente tem uma linguagem já, sabe, de compor. Um não faz a música e não precisa isso, a letra e a música as vezes sai junto...

É BOM DEMAIS ENTÃO. PARCEIRA NO DURO, NA VIDA, E NO TRABALHO....
- ... no duro mesmo, na vida e no trabalho.